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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Escutar... dá nisso

Então, é até engraçado...
Acabei de chegar de um café - local público, numa cidade micro habitada. Na mesa ao lado um homem, com muitos celulares e rádios falava alto tanto nos aparelhos como com seu "interlocutor":
- O mundo está em crise!
- A bolsa hoje caiu 17%...
- Os Estados Unidos já dobraram os joelhos.
- É o fim.
- Crise mundial. (E listou pelo menos uns oito países fora toda União Européia!)
- E o Povo Brasileiro só querendo saber de "Casas Bahia" e "Pernambucanas"...
- Coisa ridícula... esse povo que não lê! Povo medíocre!
- E você sabe do absurdo que é ser professor nesse país?
- Então... um professor ganha bruto (falou aos berros!)
um mil e cem reais...

(Nessa hora tive vontade rir... Fui por trinta e dois anos professora do poder público, me aposentei por invalidez!!! Simplesmente desgastou tudo... e ele acertou em cheio no valor da minha aposentadoria!)

- Ser professor é um inferno... um sacerdócio...

(Agora ele foi no mínimo interessante!!!!)

E continuou falando sem parar! Alto, gesticulando, levantou-se várias vezes da cadeira que era pequena prá todo aquele saber...

Ele, que parecia nem pensar em ser professor, estava ali, dando uma aula pública sobre alguns temas relevantes:
  • atualidade, bem do tipo "eu li as manchetes do jornal hoje",
  • mau humor,
  • vontade de Poder,
  • vontade de Ser, quem sabe Poder e Ser tudo que nunca conseguiu...

Seu interlocutor, coitado, era um rapaz a quem ele imponentemente dirigiu a seguinte pergunta:
- E você, quantos anos tem?
O rapaz tímido, respondeu:
- Trinta e cinco anos. E permaneceu calado, muito sensatamente, como esteve desde o início!!!

E o empolado humor do cidadão de meia idade falou ainda mais alto:
- Então... você tem a idade do meu filho mais velho!

(Sim...
e daí????!!!!!
Não que eu quisesse ouvir aquele discurso!
Juro que não queria, mas era simplesmente impossível!
A mesa dele estava praticamente colada à minha e meu delicioso café com leite de fim de tarde, tornou-se um flagelo mundial!)

O homem continou:
- Os tesouros do mundo se ruíram. Acabou. É o fim!
- Você sabe o Passivo? Então! Agora eles vão mexer com o Ativo também!
- E esse Povo Ridículo sem fazer nada...

Foi aí que olhei para o lado contrário ao que ele estava e tive a grata visão de me deparar com um vaso pequeno, terra seca, exturicada, posto no extremo do lugar ao sol, numa passarela por onde passam todos, vindos de todos os lugares e indo sabe-se Deus para onde, sujeito a poeira, pisadas, calor, frio, cuspes, chicletes mascados e velhos, guimbas de chigarro...

E no vaso um exuberante cactos com uma

Força
e uma
Vitalidade
invejáveis!

Eram os Opostos que se atraiam no meu pensamento vigilante:
o duvidoso discurso do Poder de quem supostamente sabe
e
a certeza de quem Simplesmente É diante do que lhe foi designado Ser... seja Lá por quem tenha sido...

Não sei como o Povo Brasileiro é!
Também não sei das intimidades do cactos.
Mas foi o cactos que roubou minha Alma e me trouxe feliz de volta prá casa, certa de que, se não sei tudo o que se passa no mundo, pelo menos tento saber um pouco melhor de mim mesma a cada dia...

Quem sabe assim a Crise Mundial não fica milionésimamente menor!!!


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